ATA DA
SEPTUAGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 11-8-2016.
Aos onze dias do mês de
agosto do ano de dois mil e dezesseis, reuniu-se, no Plenário Ana Terra do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, na qual registraram presença
Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Dr.
Goulart, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, João Bosco Vaz, João
Carlos Nedel, José Freitas, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger,
Luciano Marcantônio, Mauro Pinheiro, Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Paulo
Brum, Prof. Alex Fraga e Reginaldo Pujol. Constatada a existência de quórum, o
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, registraram presença Adeli Sell, Clàudio Janta,
Dr. Goulart, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Idenir Cecchim,
Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Zacher, Rodrigo Maroni,
Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. Após, foi
apregoado o Ofício nº 739/16, do Prefeito, encaminhado o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 007/16 (Processo nº 1929/16). Do EXPEDIENTE,
constaram os seguintes Ofícios: nos 061, 294, 295 e 296/16, de
Elisane dos Santos Reis, Coordenadora de Filial da Caixa Econômica Federal; nº
276/16, de Fernanda Almeida Cappelini, Coordenadora de Filial da Caixa
Econômica Federal; e nº 967/15, de Mariana Xavier Thedy, Coordenadora de Filial
da Caixa Econômica Federal. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Fernanda
Melchionna, Jussara Cony, Engº Comassetto e Sofia Cavedon. Às quatorze horas e
cinquenta e cinco minutos, constatada a existência de quórum deliberativo, foi
iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 028/14 (Processo nº 2398/14), considerando-se
rejeitado o Veto Total oposto, por trinta e um votos SIM, após ser discutido
por Fernanda Melchionna, Kevin Krieger, Dr. Goulart, Engº Comassetto, Sofia
Cavedon, Clàudio Janta e Tarciso Flecha Negra, tendo votado Adeli Sell, Airto
Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Dinho do
Grêmio, Dr. Goulart, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Fernanda
Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, José
Freitas, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Luciano Marcantônio,
Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Paulinho
Motorista, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon,
Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. Após, foi aprovado
Requerimento verbal formulado por Paulo Brum, solicitando alteração na ordem de
apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação,
foram aprovados os Projetos de Resolução nos 024 e 025/16 (Processos
nos 1481 e 1482/16, respectivamente). A seguir, foi aprovado
Requerimento verbal formulado por Sofia Cavedon, solicitando alteração na ordem
de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Após, foi aprovado
Requerimento de autoria de Clàudio Janta, solicitando a renovação de votação da
Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 020/14
(Processo nº 1718/14), após ser encaminhado à votação por Sofia Cavedon.
Também, foi aprovado Requerimento de autoria de Reginaldo Pujol, solicitando a
renovação de votação da Emenda nº 04 aposta ao Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 020/14 (Processo nº 1718/14). Ainda, foi aprovado Requerimento
de autoria de Sofia Cavedon, solicitando o adiamento, por duas sessões, da
discussão do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 010/13 (Processo nº
0855/13). Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Decreto
Legislativo nº 002/16 (Processo nº 1391/16), por dezoito votos SIM, quatro
votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ser discutido por Adeli Sell, Clàudio Janta,
Idenir Cecchim, Sofia Cavedon, esta duas vezes, Engº Comassetto e Airto
Ferronato, em votação nominal solicitada por Clàudio Janta, tendo votado Sim
Airto Ferronato, Cassio Trogildo, Dinho do Grêmio, Guilherme Socias Villela,
Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Freitas, Kevin Krieger,
Luciano Marcantônio, Márcio Bins Ely, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Mendes
Ribeiro, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal,
votado Não Clàudio Janta, Engº Comassetto, Marcelo Sgarbossa e Sofia Cavedon e
optado pela Abstenção Adeli Sell e Prof. Alex Fraga. Na oportunidade, João
Bosco Vaz cedeu seu tempo de discussão a Sofia Cavedon. Também, foi constatada
a existência de quórum deliberativo, em verificação solicitada por Clàudio
Janta. Ainda, apresentaram
Declarações de Voto ao Projeto de Decreto Legislativo nº 002/16 Adeli Sell e,
conjuntamente, Engº Comassetto, Marcelo Sgarbossa e Sofia Cavedon. Às dezesseis
horas e vinte e nove minutos, foi encerrada a Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 131,
161 e 168/16, este discutido por Márcio Bins Ely, e o Projeto de Lei do
Executivo nº 020/16; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo
nº 008/12, discutido por Engº Comassetto, e o Projeto de Lei do Legislativo nº
096/16, este discutido por Márcio Bins Ely, Engº Comassetto e Sofia Cavedon.
Durante a Sessão, Clàudio Janta e João Carlos Nedel manifestaram-se acerca de
assuntos diversos. Às dezesseis horas e quarenta e seis minutos, o Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a próxima
sessão ordinária. Os trabalhos foram presididos por Cassio Trogildo e Paulo
Brum e secretariados por Paulo Brum. Do que foi lavrada a presente Ata, que,
após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA:
Boa tarde a todos e a todas. Nós entraremos em breve na Ordem do Dia, e o
primeiro projeto trata de um veto do Governo Municipal a um projeto de minha
autoria e do então Ver. Pedro Ruas. Nós fizemos um processo de discussão e de
negociação com o Governo Municipal em relação a datas. O projeto original
previa 30 dias de licença-paternidade, nós fizemos uma emenda construindo 20
dias como forma de garantir a aprovação do projeto de forma unânime, como foi
aprovado pela Câmara, e para mostrar a nossa disposição permanente ao diálogo
na tentativa para avançar em direitos. O Governo Municipal vetou o projeto. Nós
estamos lutando contra e pela derrubada do veto.
Nós falamos com vários Vereadores, e vi uma
sensibilidade ampla da maioria no sentido de que é um projeto meritório. Em
primeiro lugar, porque não envolve recursos, não há gastos para a Prefeitura
Municipal. O projeto amplia a licença-paternidade de 10 para 20 dias para os
municipários, garantindo o direito de acompanhar os primeiros momentos da vida
do seu filho ou filha e, sobretudo, as mães, porque, numa cesariana, o tempo
médio para se recuperar é 15 dias. Quando a mãe fica sozinha – porque o marido
tem que retornar ao trabalho –, é uma sobrecarga enorme em um momento tão
especial da vida. Eu recebi muita acolhida do Ver. Dr. Goulart, do Ver. Airto
Ferronato, os da oposição. Reunimos o Líder do Governo na terça-feira de manhã,
junto com o Sindicato dos Municipários, na tentativa de derrubar o veto, porque
sabemos que a maior parte dos Vereadores – acho que todos – quer votar conforme
os interesses dos trabalhadores
municipais. Nós temos vários aqui entre nós, cedidos, servidores da Guarda.
Basta perguntar a cada um deles se seria ou não importante a
licença-paternidade ampliada, adequando-se, inclusive, ao Projeto Empresa
Cidadã, que já foi aprovado em âmbito federal e que estipula 20 dias para
licença-paternidade para as empresas que fazem parte do projeto.
Eu
quero trazer este relato para os Vereadores e Vereadoras. Nós estamos
confiantes de que podemos derrubar o veto e de que é um avanço não somente para
mim, para o Pedro Ruas, para o Ver. Professor Alex, que assinou a emenda junto
comigo e com o Líder do Governo, Kevin Krieger, mas também para a cidade de
Porto Alegre. Temas que garantem direitos aos trabalhadores são fundamentais,
e, ao mesmo tempo, eu tenho a convicção de que agrada, de que é a vontade da ampla
maioria dos Vereadores e das Vereadoras votarem conosco pela derrubada desse
veto. Eu queria trazer isso à tribuna, neste momento de liderança do PSOL, em
meu nome, em nome do Ver. Alex Fraga, dialogando com os Vereadores Luciano
Marcantônio, José Freitas, Delegado Cleiton, João Bosco Vaz, Reginaldo Pujol,
Paulinho Motorista, João Carlos Nedel, Mauro Pinheiro. Estamos antecipando a
discussão do nosso primeiro projeto, mas justamente no espírito de que a gente
possa, sim, fazer essa construção coletiva mais uma vez, como nós fizemos
quando aprovamos o projeto, garantindo esse direito aos municipários e, ao
mesmo tempo, avançando na concepção da paternidade e da maternidade
compartilhadas e, sobretudo, eu diria, na defesa dos direitos da crianças, que
é um ser que acabou de nascer. Evidentemente é um momento muito especial para
que o pai possa estar mais próximo, para que esse momento seja compartilhado de
maneira especial, como de fato é, um momento ímpar, mas que, infelizmente, pela
restrição dos dias, acaba, por um lado, sobrecarregando a mulher e, por outro,
tolhendo os pais de ficar, nos primeiros dias, com seus filhos.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, vou fazer uma relação, ao final, com esse veto que a gestão
municipal deu ao projeto de lei da Ver.ª Fernanda.
Ontem
nós tivemos uma audiência pública solicitada pelo Conselho Municipal de Saúde,
com a participação das mais variadas entidades representativas dos
trabalhadores em saúde e do Grupo Hospitalar Conceição, Ministério Público
Federal e Estadual, Ver.ª Lourdes Sprenger. Foi uma reunião extremamente
proveitosa sob o ponto de vista da análise, pela sociedade organizada, em
função das declarações do Sr. Ministro interino da Saúde, Sr. Ricardo Barros,
logo que assumiu, numa entrevista que concedeu à Rádio Gaúcha. Foram
declarações absolutamente antagônicas ao significado do Sistema Único de Saúde
para o povo brasileiro. Isso ficou muito claro ontem nas intervenções efetuadas
pelos convidados do Ministério Público Federal e Estadual.
Quando
me pronunciei, não o fiz em nome da Casa, pronunciei-me como servidora pública
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Fui chamada como Vereadora, mas
pronunciei-me como uma trabalhadora em saúde durante 36 anos e também como
ex-dirigente do Grupo Hospitalar Conceição. As declarações do Ministro naquela
entrevista à Rádio Gaúcha atacaram muito os servidores em saúde, os
trabalhadores em saúde, como trabalhadores sem qualificação, em relação aos
trabalhadores do GHC, dizendo que os trabalhadores do GHC não poderiam ocupar
determinados cargos dentro do GHC, sendo que eles é que detêm o maior
conhecimento. E eu posso falar isso porque apenas 2%, quando eu fui gestora das
direções do Grupo Hospitalar Conceição como um todo, não eram de profissionais
do quadro. Eu busquei a maioria dos profissionais do quadro. E o Ministro, à
época, dizia que os profissionais do quadro não teriam a responsabilidade,
porque estariam trabalhando com um colega, e esse colega, então, não cumpriria
o seu papel de dirigente, de diretor, como se, em saúde, não se trabalhasse em
equipe; como se, em saúde, não se tivesse que trabalhar em equipe, com
respeito, inclusive à equipe multiprofissional, o que o GHC faz, e faz muito
bem, até porque criamos uma escola do GHC para uma formação e uma capacitação
de equipes multiprofissionais.
Nós, ontem, fizemos um pronunciamento nesse
sentido, e hoje o Ministro vem com uma outra aberração. Nós trabalhamos na
saúde, e eu achei, Ver. Goulart, a declaração muito equivocada, principalmente
em relação à realidade objetiva. Ele disse que os homens procuram menos médicos
porque eles trabalham mais. Não, quem trabalha mais são as mulheres – os dados
estatísticos estão aí –, pela dupla jornada de trabalho. E mulheres que são
chefes de família. Apesar de novamente o Ministro ter feito uma intervenção
muito infeliz, apesar da sua declaração, os dados do IBGE mostram que as
mulheres trabalham mais do que os homens. Em 2004, nós trabalhávamos quatro
horas a mais por semana do que os homens quando se soma a ocupação remunerada e
o que é feito dentro de casa, porque é dupla a jornada de trabalho. Aliás, nós
somos mais adoecidas do que os homens porque trabalhamos mais. Nós não nascemos
doentes. Nós somos, tanto homens quanto mulheres, adoecidos pelo mundo do
trabalho.
Eu lembro que, em momentos de discussões, há
dados que nós trabalhamos 90 horas semanais a depender do número de filhos que
tenhamos. Eu quero ligar isso com o veto. Eu venho aqui para pedir a
derrubada desse veto, porque o projeto da Ver.ª Fernanda Melchionna é de
extrema importância não só para a divisão de tarefas, mas para que homens e
mulheres sejam responsáveis. A licença-paternidade é estratégica pela criação
dos filhos, pela divisão de tarefas, para que os homens acompanhem as suas
mulheres e os seus filhos no momento em que tiverem que buscar um posto de
saúde. A declaração do Ministro foi, mais uma vez, infeliz, mas nós, nesta
Casa, teremos que ter a felicidade de garantir a derrubada desse veto, que é
estratégico para a vida, para a saúde da família, para a saúde da futura
criança, do futuro homem e da futura mulher.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Cassio Trogildo; meus colegas Vereadores e Vereadoras; venho
aqui em nome da nossa bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, trazer o
resultado de um trabalho que fizemos, nos últimos três anos, a respeito do
transporte público de Porto Alegre. Acabamos de apresentar à imprensa da cidade
de Porto Alegre os dados de uma pesquisa que fizemos com mais de 950 usuários
de ônibus, conversando com um a um nas diversas regiões da Cidade: lá no Rubem
Berta, lá no Triângulo, lá na parada 21, na Lomba do Pinheiro, lá no terminal
da Restinga. Esse questionário trazia um conjunto de perguntas. A primeira
delas: se, após a licitação dos ônibus, o sistema de transporte público de
passageiros de ônibus na cidade de Porto Alegre melhorou ou piorou. Essa era a
primeira pergunta. Vejam os senhores qual foi a resposta que obtivemos. A
pergunta era esta: “Na sua opinião, o ônibus melhorou?” No questionário, 96 disseram “sim”; 684
disseram “não”, e 144 disseram “em partes”. A segunda pergunta: “Qual é o
principal problema no transporte coletivo de Porto Alegre?” Reposta: 555
disseram que era a superlotação nos ônibus; 440 disseram que era o não
cumprimento dos horários – Ver.ª Sofia Cavedon, que coordenou o trabalho e a
pesquisa.
Esse
é o resultado, e nós dizíamos que a licitação seria mais do mesmo, Ver.
Cecchim, que não traria avanços na qualidade do transporte público, e isso está
se tornando real. Essa realidade precisa ser resolvida. Esse não é um problema,
não é um tema, não é um debate de situação ou oposição, é a realidade do
transporte público de Porto Alegre. Por que acontecem as superlotações nos
ônibus? Porque as empresas não cumprem os horários previstos no calendário, que
deveria ser fiscalizado pela EPTC. A EPTC delegou a fiscalização para quem?
Para as próprias empresas! O ônibus sai lá do Lami às 8h, os próximos deveriam
sair às 8h15min e às 8h30min, mas o seguinte, o das 8h15min, não sai, fazendo
com que as pessoas fiquem esperando na parada e acabem superlotando o próximo
ônibus. Deixou de ter qualidade o transporte público de passageiros através dos
ônibus, mas, no mapa que as empresas mandam para a EPTC, é computado como se o
ônibus das 8h15min tivesse circulado. Esse custo quem paga? É quando se decide
o preço da nova passagem. Essa equação não pode continuar.
A
nossa sugestão – que sempre fizemos – ao Prefeito Fortunati e ao Vice Melo, e
eles não levaram em consideração, é de que quem tem que fazer a gestão
estrutural e financeira do transporte público de passageiros é a Prefeitura
Municipal, não a Associação dos Transportadores de Passageiros. Eles cumprem
com a função, e essa função tem que ser valorizada, tem que ser qualificada,
mas quem tem que fazer a gestão e pagar pelo serviço que foi prestado, quando o
serviço alcançar a qualidade acordada, é o Poder Público Municipal. A ATP –
volto a dizer – deixou de ser a Associação dos Transportadores de Passageiros
para ser um banco, porque caem no seu caixa, por dia, R$ 3 milhões, e esses R$
3 milhões são pelo serviço prestado ou pelo serviço ainda não prestado, porque
toda bilhetagem eletrônica que é comprada pelas empresas, Ver. Bernardino
Vendruscolo – o senhor sabe que pagam antecipadamente – cai direto, plim-plim,
no caixa da ATP. Se ela prestou serviço ou não, o dinheiro já está lá rendendo.
Portanto, a Associação, que é necessária nesse sistema, deixou de cuidar a
qualidade do transporte e passou a gerir um banco, uma estrutura financeira.
Então,
em nome da nossa bancada, queria trazer o início desse diálogo. Já apresentamos
um projeto de lei em 2013, antes da licitação, e dizíamos que a licitação seria
mais do mesmo em relação à qualidade do transporte, e isso está configurado,
quando 90% da população diz que, após a licitação, o sistema de passageiros não
melhorou na cidade de Porto Alegre. Coordenados pela nossa Líder, Ver.ª Sofia
Cavedon, que estava prestando entrevista para a imprensa da cidade de Porto
Alegre, nós queremos dizer que a nossa bancada quer dialogar com as demais
bancadas para reavaliar o projeto de lei que apresentamos nesta Casa para
tratar desse problema, que não é de oposição ou de situação, é um problema da
Cidade, e a responsabilidade por corrigi-lo também é nossa. Um grande abraço.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra
para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Presidente. Eu gostaria,
agradecendo o pedido da oposição, de trazer para Vossas Excelências e para a
população que nos acompanha a pesquisa à qual nos dedicamos nos dois últimos
meses, coletivamente. A pesquisa está aqui traduzida pelas várias respostas que
nos foram dadas pela população quando perguntamos se, após a licitação, havia
melhorado – “sim” ou “não” – o sistema de transporte, perguntando quais eram os
principais problemas remanescentes. Eu não vou repetir o que o Ver. Engº Comassetto
já colocou, mas é importante que vocês vejam que aqui está um monte de
pesquisas e respostas. São 684 respostas, Ver. Adeli, as quais disseram “não”,
muitas disseram, inclusive, que piorou o sistema após a licitação. Aqui está o
bloquinho que diz que melhorou em parte e aqui o grupo – noventa e poucas
pessoas – que diz que melhorou.
Nós
estamos trazendo para os senhores essa evidência, que já vínhamos debatendo no
ano passado quando dissemos que a licitação não incorporou novas formas de
gestão, de controle do sistema de transporte público. Portanto, se não
incorporou, como íamos produzir mudanças? Ao contrário, apenas legalizamos e
institucionalizamos uma concessão de serviços sem criarmos novos mecanismos,
sem superar os problemas já existentes, já relatados, já sabidos e denunciados
pela população, seja nas mobilizações de rua, seja nas suas ligações para o
156, sejam nas frequentes queixas e registros do problema do transporte
público. Permanece, portanto, com a tarifa mais alta, com a superlotação ou
não, o não cumprimento de horários, e os ônibus mal equipados, sujos e não
adequados, com falta de informação e a queixa, sim, da tarifa cara.
Essa
pesquisa não é apenas para mostrar que não há uma gestão adequada, é para dizer
que nós temos condições, sim, de buscar essa gestão. Se em 2014, 2015, foi
rejeitado, na nossa Casa, o nosso projeto de lei, nós voltamos a apresentar um
projeto de lei coletivo da bancada do Partido dos Trabalhadores. Esse projeto
de lei diz claramente que a Câmara de Compensação Tarifária é administração de
todas as receitas advindas do Sistema de Transporte Público de Passageiros,
significando R$ 3 milhões ao dia a tarifa, que é uma tarifa pública, porque
esse é um serviço público concedido, e porque esse é um valor definido pela
Prefeitura de Porto Alegre: R$ 3 milhões ao dia, e nós vamos dizer que esse
recurso estará em conta específica, conta pública, conta da EPTC, e não da ATP,
no Sistema Financeiro oficial. O nosso projeto de lei vai dizer que é vedado ao
Poder Público Municipal repassar a gestão dessa Câmara de Compensação e do
sistema de bilhetagem eletrônico às empresas terceirizadas ou à concessionária.
Nós vamos vetar isso, vamos dizer que, se o sistema for superavitário, se
sobrarem recursos nessa conta, têm que ser reinvestidos no sistema. Se sobrarem
recursos, 50% disso tem que ser destinado à produção do passe livre, que é a
grande demanda da juventude na cidade de Porto Alegre. E diz mais: com esse
controle público, com esse fundo público, essa conta pública, se o sistema for
deficitário, a Prefeitura poderá colocar recursos extratarifários no sistema
público de transporte de Porto Alegre.
Este
projeto de lei é a razão pela qual nós estamos trazendo a evidência de que, com
a licitação, nada mudou, de que é necessário tomar uma atitude, e essa atitude
esta Casa pode tomar. Está na CCJ o nosso projeto, nós entramos em março,
queremos, depois que sair da CCJ, votar e aprovar esse mecanismo, que poderá,
de fato, colocar na mão da Prefeitura o controle sobre o sistema público.
Assim, definitivamente, terminaremos com esses indicadores de que a população
paga uma tarifa mais cara e de que o serviço continua muito cheio de problemas.
Está em nossas mãos, temos projeto de lei, e a resposta que a sociedade espera
é uma resposta positiva, porque não é possível que o sistema que rende R$ 3
milhões ao dia não seja o sistema que possa oferecer um bom serviço. Acho que é
possível, sim, e o que está faltando é uma relação melhor, um controle melhor
da Prefeitura desse serviço prestado.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às
14h55min): Havendo
quórum,
passamos à
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 2398/14 – VETO TOTAL ao PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 028/14, de autoria da
Verª Fernanda Melchionna e Ver. Pedro Ruas, que altera o § 3º do art. 152 da Lei
Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985 – Estatuto dos Funcionários
Públicos do Município de Porto Alegre –, e alterações posteriores, ampliando o
período de licença-paternidade para 20 (vinte) dias consecutivos, contados da
data de nascimento do filho.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Clàudio Janta: pela rejeição
do Veto Total.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
77, § 4º, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na
apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto, aceita o Veto.
-
Trigésimo dia: 07-08-16 (domingo).
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o
PLL nº 028/14, com Veto Total. (Pausa.) A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a
palavra para discutir o PLL nº 028/14, com Veto Total.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA: Boa
tarde a todos e a todas. Eu quero começar resgatando a importância deste
projeto. Nós fizemos uma iniciativa inspirada em outras cidades, projeto de
minha autoria e do então Ver. Pedro Ruas, nasceu como uma inspiração do que já
havia sido aprovado em
Niterói, e nós decidimos protocolar aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre.
Numa construção coletiva, passamos para vinte dias, em vez de trinta dias de
licença-paternidade para os municipários, numa ideia de garantir, primeiro, a
possibilidade de que os pais possam estar com os filhos num momento tão
especial, que é o nascimento dos filhos e das filhas. E também para avançar na
concepção da paternidade e maternidade compartilhados, que é uma luta evidentemente
histórica e que passa pela lógica de avançar nesse compartilhamento.
Eu
dava o exemplo, na minha fala de Liderança, Ver. Clàudio Janta, da mulher que
faz cesariana. Ela precisa de, no mínimo, quinze dias de recuperação; em média,
são trinta, mas, no mínimo, são quinze dias. Como ela vai fazer em quinze dias
de recuperação, Ver. Dr. Goulart, se o companheiro, o marido, enfim, não puder
compartilhar esse momento inicial com a mãe? A gente sabe que existe uma série
de dificuldades que se enfrentam, porque a cesariana é um procedimento
cirúrgico e, mesmo que saia tudo bem, mesmo que a cirurgia seja um sucesso, há
um tempo de recuperação para essa mãe. É necessário, por óbvio, ter esse
compartilhamento.
Eu
não tinha como fazer um projeto de licença-partenidade para toda a Cidade, isso
seria uma prerrogativa apenas da Câmara de Deputados. Inclusive, para empresas
privadas, existe o projeto Empresa Cidadã, que já vigora no Brasil, que já foi
aprovado no ano passado, que estipula vinte dias para quem adere ao programa
como licença-paternidade. Por isso também fizemos a adequação, Ver. Tarciso, na
nossa lei e colocamos esses vinte dias a partir de um diálogo com o Líder do
Governo, Ver. Kevin Kriger, a partir do diálogo com vários Vereadores da Câmara
que queriam votar pela aprovação do projeto, que me procuraram para construir
um meio-termo do projeto original. Nós fizemos, então, essa adequação, fizemos
uma emenda assinada pelo Ver. Alex Fraga, meu colega, que também sabe bastante
quando o tema é paternidade compartilhada. Assinada pelo Ver. Kevin Krieger,
aprovamos por unanimidade. E veio o veto do Governo apenas discutindo a questão
da constitucionalidade, quando a Procuradoria já tinha dito que poderia, sim,
que está previsto que nós Vereadores podemos fazer esse tipo de alteração.
E nós sabemos que, quando o Executivo quer, a questão do vício de iniciativa é
resolvida com a própria sanção do Prefeito Municipal.
Como nós apostamos nessa luta, na segunda-feira
eu falei com vários Vereadores, na terça-feira tivemos uma reunião com o
Sindicato dos Municipários e com o Líder do Governo, o Ver. Kevin Krieger, que
prontamente nos recebeu, fazendo esse diálogo. Nós estamos vivendo um momento
extremamente difícil para os trabalhadores municipais, de arrocho, de parcelamento
dos salários; inclusive, um anúncio assustou todos: o possível parcelamento dos
salários em setembro – fato que nós contestaremos, não aceitamos essa lógica,
para nós os salários são sagrados. Mas nós argumentávamos com o Líder do
Governo que esse nosso projeto não envolve, Ver. Luciano Marcatônio, aumento de
gastos; ele apenas prevê um direito. E apareceu como vitória para os
municipários, durante a greve, e uma vitória de todos os 36 Vereadores desta
Casa, uma vitória de uma construção coletiva. Então seria muito ruim que esse
veto vigorasse na tarde de hoje.
Eu quero agradecer a muitos Vereadores e
Vereadoras que já se comprometeram e querem derrubar o veto, quero agradecer a
receptividade da equipe, André. E nós estamos esperançosos de que a gente
derrube esse veto por unanimidade, de que possamos, sim, garantir direitos para
os nossos pais municipários, para que a gente avance nessa concepção de
maternidade e paternidade compartilhadas, de mais direitos para que o pai possa
estar ao lado do seu filho no momento mais especial que é, justamente, o
momento do nascimento e nos primeiros dias de vida. Muito obrigada pela atenção
de todos e todas.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra para
discutir o PLL nº 028/14, com Veto Total.
O SR. KEVIN
KRIEGER:
Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, boa tarde. A Ver.ª Sofia
está nervosa, mas eu venho aqui por uma boa notícia. Alguns meses atrás, antes
do recesso, nós votamos esse projeto, e, na tarde, eu conversei com o Prefeito
Fortunati para que fizéssemos essa emenda, diminuindo de 30 dias para 20 dias,
como já ocorre no Governo Federal. Ele deu acordo, nós fizemos a emenda
conjunta e aprovamos a emenda por unanimidade, a pedido não só da Ver.ª
Fernanda mas também do Sindicato, que esteve conosco ontem. Eu liguei para o
Prefeito, conversamos, e ele lembrava bem, Clàudio Janta, do acordo que tinha
firmado com relação a esta emenda. Então ele me deu toda a liberdade, como Líder do Governo, de derrubar este
veto e, sim, valorizar a construção que foi feita para os servidores públicos
municipais, que, sim, devem ficar ao lado dos seus filhos quando nascem. Quero
dar toda a tranquilidade à nossa base de governo, tivemos algum problema
técnico-administrativo neste veto, mas estamos aqui liberando a nossa base para
votar de acordo com o que pensa, com o que deseja em relação ao veto.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra
para discutir o PLL nº 028/14, com Veto Total.
O SR. DR. GOULART: Boa tarde, Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras. Quando fiz a minha residência em ginecologia e
obstetrícia, tínhamos uma aula magna que era dada na metade do curso, ministrada
por um professor carioca, judeu de origem francesa, chamado Jean Claude Nahoum,
que, junto com da médica chefe da enfermaria de obstetrícia, Clarice, lançou um
livreto para entendermos bem o que acontecia durante o ciclo grávido puerperal,
o ciclo da gravidez e mais o tempo importante que são os primeiros 40 dias após
o parto, que é chamado de puerpério. O livro “Nós estamos grávidos” mostrava,
já naquela ocasião, o compartilhamento das responsabilidades e dos cuidados com
as crianças nas primeiras semanas de nascimento.
A
mãe, não raro, costuma ter dificuldade para amamentar nos primeiros dias; não
raro apresenta inflamação das mamas, mastite puerperal; não raro apresenta
dificuldades de humor, diminui o humor naquele período, chamado depressão
pós-parto. Ela pode ter inflamados os pontos da cesariana, e leva tempo para se
recuperar; ela amamenta às três da manhã e não pode estar sozinha amamentando;
nas primeiras semanas, precisa de parceria no cuidado do nenê na madrugada, bem
como para tirar o bebê da mama dela, se adormecer quando passar o tempo. Olha
quanta coisa eu listei mostrando o que o Jean Claude Nahoum preconizava. Nós
estamos grávidos, dividimos a gravidez com a mãe e depois dividimos o puerpério
com a mãe e com o nenê.
Então,
acho muito justa a proposta. Eu já tinha me comprometido com a Ver.ª
Melchionna, uma vez que entendo do processo obstétrico, é razoável e uma
correção do tempo. Cada vez mais, as funções de homens e de mulheres se
confundem. Então, eu queria parabenizar o Ver. Kevin Krieger, que fez essa luta
lá no Palácio, e já cumprimentar o Prefeito Fortunati, porque, certamente, foi
um dos maiores passos dados nos últimos tempos no processo administrativo. Os
homens precisam cuidar das mulheres e do seu filho durante os primeiros 20 dias.
Parabéns, votemos todo mundo, de maneira unida, para que se mostre a
importância desse fenômeno. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
(O Ver. Paulo Brum assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Engº Comassetto está com a
palavra para discutir o PLL nº 028/14, com Veto Total.
O SR. ENGº COMASSETTO: Ver. Paulo Brum, no exercício dos
trabalhos; meus colegas Vereadores e Vereadoras desta Casa, quando me inscrevi
para vir à tribuna ainda não tínhamos a fala do Ver. Kevin Krieger, que trouxe
um entendimento importante para que o projeto possa se tornar realidade na
cidade de Porto Alegre. Ver. Dr. Goulart, a sua fala da técnica social da
medicina que trata do entendimento do surgimento da vida e a importância que os
entes familiares têm, de o pai acompanhar a mãe junto com a criança, traduz a
prática do entendimento do dia a dia. É a integração dos saberes técnicos com
os saberes populares, porque a festa do nascimento e o envolvimento da família
são seculares. Mas o senhor traz aqui, além da festa, a possibilidade do
cuidado e o cuidado necessário da mãe e do filho ou mãe e filhos. A Ver.ª
Fernanda resgata esse tema aqui.
Eu
já falei sobre isso quando discutíamos o projeto original, mas quero relembrar
esse projeto em nível nacional, construído pelo Governo da Presidenta Dilma,
que a Ver.ª Fernanda traz para a regulamentação no Município de Porto Alegre.
Essa política se estende por todo o País e necessita que os parlamentos locais
façam esse trabalho junto com os executivos. Então, aqui deixo os nossos
cumprimentos à Fernanda no sentido de que ela propõe afirmar e regulamentar, no
Município de Porto Alegre, esta que é uma política conquistada a partir da luta
das mulheres, a partir da luta dos movimentos sociais, a partir da luta das
políticas que incluem. Nós estamos num período, Ver.ª Jussara Cony, em que os
direitos estão sendo retirados e não concedidos, e aproveito isso para dizer
que é lamentável, Ver. Tarciso Flecha Negra, que, na noite de terça-feira, o
Senado tenha aprovado o indicativo do fim do 13º salário e do fim do período
total de férias, com somente 21 Senadores votando a favor dessa diretriz.
Então, não podemos deixar passar em branco esses debates,
esses temas da exclusão de direitos, e dizer que tudo fica a cargo da livre
negociação é uma falácia. Direitos são direitos, conquistas são conquistas, e
não é num momento de retrocesso dos direitos democráticos que nós não podemos
aqui afirmar, reafirmar e constituir legalmente no Município de Porto Alegre. Então,
quero trazer aqui meus cumprimentos a esse entendimento que a base do Governo,
junto com a oposição, já tinha para que esse projeto se torne uma realidade no
Município de Porto Alegre. Um grande abraço, boa luta, nunca retirar direitos,
e sim trabalhar sempre para conquistar mais direitos, principalmente para as
minorias, principalmente para os excluídos. Um grande abraço. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Cassio Trogildo reassume a presidência
dos trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir o PLL nº 028/14, com Veto Total.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Senhoras
e senhores, eu mudei completamente a minha fala, porque viria aqui, Ver. Kevin,
dizer que é inaceitável e incompreensível, Ver.ª Jussara, Ver.ª Lourdes e Ver.ª
Fernanda, o veto à licença-paternidade de 20 dias, ia fazer um apelo ao
conjunto dos Vereadores para derrubarmos o veto. Fiquei muito feliz com a
orientação do Governo, com o
reconhecimento do Governo de que foi um erro técnico, foi uma visão burocrática
que imperou e que nós, na política, vamos confirmar os 20 dias de
licença-paternidade.
Eu
quero, Ver.ª Fernanda, reconhecer a iniciativa da bancada, do Pedro Ruas e,
depois, de V. Exa., nós avançamos nacionalmente com a Presidenta Dilma, com os
direitos que têm que ser regulamentados nos Estados e municípios, que precisam
chegar a todos os lares, a todas as relações de casal, inclusive ao casal
homossexual, ao casal lésbico, porque homens e mulheres têm que compartilhar a
criação dos filhos, sim, no primeiro período e por toda a vida.
Discutíamos,
na semana passada, na Semana da Amamentação, a importância fundamental,
inclusive, de alterar o teatro que tivemos aqui: o pai ficava nervoso, o marido
ficava nervoso, e a mãe assumia tudo, o que é um equívoco. Temos que ensinar
que o homem deve estar presente de forma participativa, plena, trocando
fraldas, sim, de noite, virando a noite, dividindo a noite com a esposa. Por
que ela tem que acordar três ou quatro vezes por noite? Por que não uma vez o
marido, outra vez a esposa? E, se tiver que amamentar, ele pode fazer o nenê
arrotar e depois dormir, porque isso cria um outro tipo de vínculo, cria um
outro tipo de relação, vínculo entre homem e mulher, mulher/mulher, homem/homem,
cria outro tipo de relação do pai com os filhos. E essa relação do pai com os
filhos é muitíssimo importante para a formação da personalidade plena e livre
de meninos e meninas e para a libertação das mulheres. Em especial, essa medida
cria esse vínculo mais forte, desde o início, do pai com as crianças, mas
liberta as mulheres do sexismo, da predeterminação do tempo de destinação de
cuidado dos filhos em detrimento do seu desenvolvimento profissional, pessoal,
do seu lazer, do seu descanso, do seu direito ao compartilhamento de uma vida
feliz de ambos, pai e mãe.
Então,
parece-me muito importante que nós derrubemos este veto, porque faz parte da
mudança cultural que nós precisamos produzir, mudança cultural que pode vir a
evitar, no futuro, o assassinato de mulheres, a violência, o estupro
contra mulheres, o que, lamentavelmente, ainda é realidade no nosso País e no
mundo. O estupro em massa, em larga escala de guerra, de populações inteiras,
de mulheres, ainda é elemento grave que demonstra o quanto não mudamos a
cultura sexista, a cultura que oprime as mulheres, que coloca um ser em
inferioridade em relação ao outro. Quando a licença-maternidade é de seis meses
para a mulher e de dez dias para o homem, fica claro que é com a mulher esse
negócio do trabalho de reprodução da vida, do cuidado com os filhos. E temos
que fazer progressivamente essa alteração. Quiçá, chegaremos no meio a meio, no
mesmo tempo; claro que viabilizando à mulher a amamentação. Essa alteração é
simbólica para uma vida mais feliz, para a integridade física, emocional das
mulheres em relação aos homens, e de homens mais realizados e felizes.
Então, que derrubemos o veto que nos dá a
oportunidade, como Câmara, de duas vezes dizer: sim, os pais precisam ter mais
tempo para assumir a paternidade e estar perto dos seus filhos. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para
discutir o PLL nº 028/14, com Veto Total.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Srs.
Vereadores, quando esse projeto veio à votação, eu vim à tribuna e o defendi
com um argumento pessoal, porque uma das imagens mais lindas que eu tive na
vida foi o nascimento do meu filho. E um dos momentos mais lindos da minha vida
foi poder acompanhar os primeiros dias do meu filho junto com a minha esposa.
Depois, quando começou a caminhar, falar, os primeiros dias de aula, essas
coisas da vida.
Fazendo uma retrospectiva do projeto, essa
emenda foi construída não somente pela Ver.ª Fernanda e o Professor Alex, mas construída pelos
demais Líderes desta Casa, foi assinada pelos Líderes do PTB, do PMDB, pelo
Líder do Governo, Líder da Rede, Líder dos demais partidos desta Casa. Foi
construída pelo conjunto desta Casa e pelo Governo. Eu tive o prazer de ser o
Relator na CCJ do veto, e o relatório foi pela derrubada desse veto. E, na CCJ,
eu defendi com os pares no sentido de que mantivéssemos a derrubada desse veto,
porque é um momento ímpar de um casal, de uma família, é importante estar
presente, juntos, nesse momento, sendo imprescindível para uma criança o afeto,
o carinho, a convivência de um pai e de uma mãe, juntos, no momento em que cai
o cordão umbilical, de trocar a fralda, de aprender, muitas vezes, um jovem
casal, os dois juntos dar banho, todos esses momentos.
Então, 20 dias, como a Sofia muito bem disse, é quase nada
para um pai. Nós vamos seguir lutando para que esse direito seja igual para
ambos, pai e mãe, não retroceder o direito da mulher para 20 dias, pelo
contrário, vamos ampliar o direito do homem para ser igual à
licença-maternidade da mulher. Eu acho que o Governo – não o Governo em si na
figura do Prefeito Fortunati, mas seus técnicos – novamente se equivocou, como
em tantos vetos que chegam a esta Casa, e o Chefe do Executivo, muitas vezes,
não sabe. Eu conheço a trajetória do Prefeito, tenho certeza de que ele jamais
– o José Fortunati – iria vetar um projeto dessa natureza. Ele é um
sindicalista, uma pessoa que se forjou, como eu, na luta sindical, jamais iria
vetar uma luta dessas, do movimento sindical, uma luta dessas dos
trabalhadores, de ampliar os direitos dos trabalhadores.
Nós
estamos atentos a qualquer retirada de direitos. Não vamos permitir, jamais, a
retirada de direitos; pelo contrário, nós queremos ampliar os direitos dos
trabalhadores. E esta Casa avança na ampliação dos direitos dos trabalhadores,
e um direito sagrado dos trabalhadores, que é acompanhar e estar presente com a
sua família, principalmente, num momento importantíssimo que é o nascimento, o
momento em que essa família nasce. Parabéns, Fernanda, Alex e Pedro Ruas por
terem criado esse projeto.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a
palavra para discutir o PLL nº 028/14, com Veto Total.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa tarde, Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, todos os que nos
assistem. Parabéns à Ver.ª Fernanda Melchionna e à Liderança da Mesa hoje. Por
problemas particulares, eu não pude comparecer mais acertadamente neste
projeto. Tem uma propaganda que passa na televisão, Fernanda, onde um pai e seu
filho estão numa pracinha, e, vendo uma criança brincando, o pai diz que
gostaria que aquele tempo voltasse porque ele não conseguiu conviver com o seu
filho durante sua infância. Eu fico muito contente, apesar de que, na profissão
que escolhi, eu tinha de sair para dar alegria ou tristeza às pessoas, isso é
verdade. Eu assisti ao parto da minha filha mais nova, Roberta, e, no outro
dia, eu já estava num avião, porque, naquele campeonato, a gente saía e ficava
uma semana, pois o dinheiro era curto e se aproveitava o voo. Lembro que
jogamos no Ceará, depois fomos jogar em Minas Gerais. Quando eu chegava em
casa, os meus filhos já estavam com dentinhos, já estavam caminhando. Eu
expliquei isso a eles e que bom que hoje eles reconhecem e têm um orgulho muito
grande de mim; nós temos um carinho muito grande um pelo outro.
Então, Ver.ª Fernanda, esse teu projeto vem resgatar muita
coisa para muita gente que deve estar pensando: “Eu gostaria de ter 20 dias,30
dias para estar com meu filho no colo, dando carinho, sentindo o cheiro”. Esse
cheiro é importante e saudável para a criança, assim como para os animais. O
leão e a leoa na selva com seus filhotes ficam todos ali, um cheirando o outro.
E isso é importante para nós, seres humanos, também. Eu vou acompanhá-la com
muito orgulho e com muito carinho, dizendo parabéns porque eu queria ter estado
mais com meus filhos. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação nominal o PLL nº 028/14, com Veto
Total. (Pausa.) (Após a chamada nominal.) APROVADO o Projeto por 31 votos SIM. Rejeitado o Veto.
O SR. PAULO BRUM (Requerimento): Presidente, solicito a
alteração da priorização de votação, para que possamos, imediatamente, passar à
discussão e votação do PR nº 024/16 e do PR nº 025/16. Após retornaremos à
ordem normal.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Paulo Brum. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1481/16 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 024/16, de autoria do Ver. Paulo Brum, que concede o Diploma Honra
ao Mérito à Escola de Educação Especial Nazareth.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 11-08-16 por força do art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PR nº 024/16. (Pausa.)
Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1482/16 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 025/16, de autoria do Ver. Paulo Brum, que concede o Diploma Honra
ao Mérito à Escola Especial Doutor João Alfredo de Azevedo.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Waldir Canal: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 11-08-16 por força do art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PR nº 025/16. (Pausa.)
Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
A SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da
ordem de priorização de votação, para que possamos, imediatamente, passar à
votação do Requerimento s/nº de autoria do Ver. Clàudio Janta e do Requerimento
s/nº de autoria do Ver. Reginaldo Pujol. Após retornaremos à ordem normal
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento da Ver.ª Sofia
Cavedon . (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. S/Nº – (Ver.
Clàudio Janta) – requer renovação de votação da Emenda nº 02 ao PROC.
Nº 1718/14 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 020/14, de autoria do Ver. Mauro Pinheiro, que
altera o caput e o § 1º e revoga os
§§ 2º, 3º e 4º do art. 16 da Lei Complementar nº 601, de 23 de outubro de 2008,
alterada pela Lei Complementar nº 743, de 2 de setembro de 2014, dispondo sobre
transferência de Potencial Construtivo de edificações integrantes do Inventário
do Patrimônio Cultural de Bens Imóveis do Município.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento s/nº, de
autoria do Ver. Clàudio Janta, que requer renovação de votação da Emenda nº 02
ao PLCL nº 020/14. (Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento s/nº, de autoria do Ver. Clàudio
Janta.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Obrigada,
Ver. Cassio, pela paciência, estava pedindo para o nosso Diretor Legislativo
localizar, então, as duas emendas. São emendas que foram rejeitadas por não
terem obtido 19 votos. São emendas ao projeto de lei de minha autoria e da
Ver.ª Margarete Moraes. Irei encaminhar juntas as duas emendas, uma do Ver.
Mauro Pinheiro e a outra do Ver. Prof. Alex e da Ver.ª Fernanda. Enfim, nós
fizemos aqui um debate difícil, duro, porque tem, Ver. Mauro, no seu projeto
inicial, uma pertinência. Se fosse apenas o projeto inicial, que o Mauro
propôs, na verdade, determinava ou deixava mais claro o art. 4º da legislação
em vigor do Inventário dos Bens Culturais, mudando a regra do uso dos índices
ociosos, quando o projeto atual define que o proprietário do imóvel
inventariado terá direito a 50% da área construída e 50% da área ociosa para
fins de comercialização, transferência desse índice construtivo para fins de
angariar recursos para a manutenção do bem. O Ver. Mauro, no projeto original,
passava para 100% do índice da área ociosa, era uma mudança que, na minha
avaliação, era detalhe que, talvez, até nem beneficiasse o proprietário. O que
acontece? Foram feitas muitas emendas, as quais, na minha avaliação, distorcem
a intenção da lei do inventário, que é não penalizando o proprietário, porque
está ali o mecanismo de compensação, a possibilidade de venda dos índices, mas
preservando os imóveis, de fato, com valor patrimonial aferido, identificado.
Então, a Emenda nº 02 diz que o proprietário do imóvel tem que protocolar o
requerimento para transferência do potencial construtivo no prazo de 90 dias,
se a Prefeitura não realizar essa transferência, resta prejudicada e
insuscetível de repetição a inclusão do imóvel no inventário. Ou seja, acaba
penalizando o patrimônio cultural, Ver. Mauro. Essa é a minha discordância, e
eu gostaria portanto de encaminhar que não renovássemos a votação em função de
que é importante, sim, que os proprietários recebam os índices construtivos
ociosos; sim, essa é a nossa defesa. A Prefeitura se omitiu todos esses anos, a
Prefeitura não fez. Nós deixamos a lei original na mão da Prefeitura de
propósito, por quê? Porque tudo ao mesmo tempo, o índice cai lá em baixo, perde
valor. Então, a ideia é que a Prefeitura, escalonadamente, de forma a gerir a
paisagem da nossa Cidade, fosse concedendo os índices. Agora, fazer uma
legislação que, em vez de penalizar a Prefeitura, penaliza o imóvel, me parece
uma distorção completa do espírito do inventário dos bens culturais, que está
previsto no nosso Plano Diretor, está previsto na legislação federal de
proteção do inventário. Ou seja, não é uma invenção de algumas pessoas que
querem proteger inventário. Isso é um patrimônio, um conceito, uma legislação
que existe nacionalmente, que beneficia cidades que são maravilhosas porque têm
suas estéticas históricas preservadas, construídas e que lembram nossa
identidade, lembram épocas diferentes da nossa, de linhas de arquitetura,
linhas de arte, enfim, de compleição urbana. E nós não queremos que a nossa
Cidade vire um retalho só, ou simplesmente abandone o seu patrimônio cultural.
Então, acho que a legislação que nós já votamos é suficiente para dar força ao
proprietário de imóvel, porque nós estaríamos, na verdade, terminando
completamente com o inventário. Muito obrigado.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento s/nº de autoria do
Ver. Clàudio Janta. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como
se encontram. (Pausa.) APROVADO, com
os votos contrários da Ver.ª Sofia Cavedon e do Ver. Engº Comassetto.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. S/Nº – (Ver.
Reginaldo Pujol) – requer renovação de votação da Emenda nº 04 ao PROC.
Nº 1718/14 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 020/14, de autoria do Ver. Mauro Pinheiro, que
altera o caput e o § 1º e revoga os
§§ 2º, 3º e 4º do art. 16 da Lei Complementar nº 601, de 23 de outubro de 2008,
alterada pela Lei Complementar nº 743, de 2 de setembro de 2014, dispondo sobre
transferência de Potencial Construtivo de edificações integrantes do Inventário
do Patrimônio Cultural de Bens Imóveis do Município.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o
Requerimento s/nº, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que requer renovação de
votação da Emenda nº 04 ao PLCL nº 020/14. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO, com os votos contrários da Ver.ª Sofia Cavedon e do Ver.
Engº Comassetto.
A SRA.
SOFIA CAVEDON (Requerimento): Sr. Presidente, solicito o adiamento da discussão do PLCL nº 010/13 por
duas Sessões.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1391/16 – PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 002/16, de autoria da Comissão de Economia,
Finanças, Orçamento e do Mercosul, que aprova as contas do Município de Porto
Alegre referentes ao exercício de 2013.
Parecer:
-
da CEFOR. Relator Ver. Airto Ferronato:
pela aprovação do Projeto.
Observações:
- parecer do
Tribunal de Contas favorável à aprovação;
- para aprovação: maioria simples; para rejeição: são necessários dois
terços de votos dos membros da CMPA, nos termos do art. 124 do Regimento da
CMPA;
-
prazo para votação nos termos do art. 122 do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 06-06-16.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PDL nº 002/16. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a
palavra para discutir o PDL nº 002/16.
O SR. ADELI
SELL:
Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria propor um novo
procedimento a esta Casa, falo especialmente à base do Governo, que quando
estiver em votação um tema tão importante como a aprovação ou desaprovação das
contas do Governo – falo aqui para a assessoria do Governo, especialmente ao
André, sempre diligente –, o Governo deveria enviar um documento, uma carta aos
36 Vereadores, dizendo algumas questões das contas deste ano, algum apontamento,
fazer menção a algumas questões que podem não ser claras. Afinal de contas, nós
precisamos mudar, Mario Manfro, certos procedimentos que precisam ser
renovados. Renovados! O Parlamento, Ver. Kevin Krieger – desculpe, eu estava
procurando V. Exa. e só agora o localizo aqui ao meu lado, não o tinha visto –,
eu estou falando para o Líder do Governo que eu acho que seria sensato, de
bom-tom, muito correto que o Governo tivesse se adiantado. Por isso, inclusive,
eu pediria que nós pudéssemos postergar por uma ou duas Sessões, e que o
Governo enviasse aos 36 Vereadores um documento apontando alguns quesitos, que
talvez fossem apontados pelo Tribunal, algumas questões sobre as quais os
Vereadores pudessem ter dúvida. Porque eu sou daqueles que acha que a transparência
deve ser total e absoluta, de lado a lado. E aqui eu falo como um dos 36
Vereadores, neste momento, sou um Vereador de oposição, mas não oposição a
qualquer custo, até porque eu acho que aquilo que é bom para a Cidade, nós
temos que aprovar sempre, dialogar sempre, permanentemente. Por isso que eu
faço esse apelo, porque eu acho que é dessa maneira que é mais correto agir.
Não nos adianta virmos aqui dizer que, em 2013, teve um problema na Fazenda, ou
que em 2014 compraram tal coisa e não funcionou, etc e tal. Eu quero saber:
para onde vai este debate? A quem vai ajudar? Não é muito mais sensato, muito
mais importante a gente... Claro, se tivesse havido uma barbaridade, uma
desaprovação do Tribunal, dez CPIs como em algumas Câmaras, etc e tal, a gente
chegaria aqui e teria outro comportamento. Eu acho que, dessa maneira, a gente
colaboraria para que, no futuro próximo, Ver. Dinho, a gente tivesse sempre
esse mesmo procedimento, Ver. Dr. Goulart, Ver. Mauro Pinheiro, porque é dessa
maneira que deve agir o Executivo, o Legislativo. Ver. Alex Fraga, meu colega
de Comissão, nós temos sido muito atentos na Comissão. Na última reunião, e V.
Exa. sabe qual era o tema, o Vereador-Presidente, que é da base do Governo, fez
críticas que eu acho completamente equivocadas, porque nada ajudaram no debate,
pelo contrário, atrapalharam o debate, porque, pelo menos, dois membros do
Governo – representantes do DMLU e da EPTC – estavam dispostos a ajudar e
aceitaram de cara a proposição que fiz, e eu sou um Vereador de oposição.
Então, tem que parar com esse tipo de procedimento. Chamo a atenção, Ver. Kevin
Krieger, camarada e colega, para este procedimento que faço como
encaminhamento. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
RPESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para
discutir o PDL nº 002/16.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr.
Presidente, venho aqui fazer coro à fala do Ver. Adeli Sell, acho que nós
tínhamos que ter, pelo menos, um croqui deste relatório, os membros desta Casa,
para o votarmos. Qualquer projeto que temos nesta Casa é encaminhado para os
Vereadores, é discutido com as
bancadas. Então eu acho que nós podemos adiar a votação deste projeto e
disponibilizar para as bancadas o relatório para nos inteirarmos do que
estaríamos votando hoje, para nós sabermos o que estamos votando nesse projeto
da CEFOR que vem hoje para nós. É uma coisa importante para a Casa e
principalmente para nós, Vereadores. Então eu apoio aqui o pedido feito pelo
Ver. Adeli Sell.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
discutir o PDL nº 002/16.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu acho que não teria problema
nenhum de transferirmos para mais uma sessão ou duas, mas eu acho que não há
necessidade, Ver. Janta e Ver. Adeli. Esses pareceres estão no site da Câmara; como sempre, há 30 anos,
estão à disposição. A CEFOR – composta por mim e pelos Vereadores Guilherme
Socias Villela, João Carlos Nedel, Bernardino Vendruscolo e Airto Ferronato –
fez uma audiência pública, gastamos uma fortuna para publicar o edital nos
jornais. Veio a Secretaria da Fazenda e a do Orçamento e Planejamento. Ficaram
à nossa disposição por uma manhã toda aqui na sala da CEFOR. Houve, portanto, a
oportunidade para todos se inteirarem. Eu entendo que cada um tem a sua
Comissão, os seus afazeres, por isso existem as Comissões. Os Vereadores que
fizeram esse trabalho... Eu sou obrigado a vir aqui e valorizar o trabalho que
o Ver. Ferronato fez ao relatar essa matéria. Vocês sabem como o Ver. Ferronato
faz, ele já sabia, porque ele sabe, ele faz, ele lê, ele se esforça. O Ver.
Nedel, da mesma forma. O Ver. Villela é ex-Prefeito da Cidade, e eu, que estou
presidindo, certamente sou o menos iluminado desta turma, mas posso garantir
que a aprovação da CEFOR foi com profundidade. Também foram aprovadas pelo
Tribunal de Contas essas contas, não vejo nenhum motivo para se transferir,
sinceramente, respeitando a vontade do Ver. Adeli e do Ver. Clàudio Janta, que
apoiou, mas não há necessidade nenhuma de transferir essa votação. Acho que
temos que valorizar o trabalho muito pesado que foi feito pela Comissão: nos
reunimos várias vezes para tratar, para ler, para discutir os itens que estavam
nesta prestação de contas. Tivemos o cuidado de acompanhar a aprovação do
Tribunal de Contas também. Está escrito, o Tribunal de Contas aprovou, então
não há necessidade nenhuma. Na próxima vez, quem sabe, a gente tente fazer um
horário diferente do que as outras Comissões, Ver. Janta, para que os
Vereadores possam acompanhar. É uma sugestão que faço, que se traga, mesmo que
seja aqui, no plenário, quando for para aprovar as contas – o que estamos
fazendo hoje, na realidade, pois quem vai aprovar são todos os Vereadores –,
mas, quando for para discutir na reunião das Comissões, poderia ser feito num
horário diferente das outras Comissões para que todos possam participar. É isso
o que eu tinha a esclarecer, e valorizar o trabalho da Comissão, que foi muito
grande, que se reuniu não só nas reuniões ordinárias, mas várias vezes, como
sempre, quando é do Orçamento e da Lei de Diretrizes, para aprofundar o
assunto, e posso garantir aos caros colegas que esse trabalho foi feito com
profundidade, isenção e seriedade. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir o PDL nº 002/16.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Vereadores,
estamos avaliando o trabalho que a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e
do Mercosul realizou em cima da análise do Tribunal de Contas. Vejam, senhores
e senhoras, que quatro grandes volumes tratam da análise do Tribunal de Contas
do Estado do Orçamento de 2013. Eu queria que a gente pudesse entender um pouco
melhor, por que, em 2016, nós estamos avaliando contas de 2013. Acho que isso,
para o prejuízo...
(Aparte antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON:
Eu sei que não é daqui da Casa, é o tempo do Tribunal de Contas. Estou falando
isso não para a nossa Casa – sabemos que o tempo é esse –, mas para a
sociedade, porque é um prejuízo estarmos avaliando, três anos depois, o tema do
balanço do Orçamento de 2013. Mas acho que há elementos que não dá para deixar
passar em branco. Nós avaliamos agora, se não me engano, no final do ano
passado, Ver. Janta, as contas de 2012. Lembro-me muito bem que nós, avaliando
as de 2012, percebemos os apontamentos do Tribunal de Contas sobre a educação
infantil e o cumprimento de metas do Fundeb, o cumprimento das metas do Plano
Nacional de Educação, no que o Tribunal de Contas vem fazendo uma análise fina
e vem apontando que o Município de Porto Alegre não cumpre as metas no tempo
estabelecido. De novo, no parecer da relatora adjunta, é apontado esse
problema. Eu vou ler para V. Exa., porque o Ver. Airto Ferronato, inclusive,
trouxe para o seu parecer final aqui. (Lê.): “Ausência de cumprimento das metas
do Plano Nacional de Educação para a Educação Infantil. Os valores investidos
em educação infantil são insuficientes para cumprimento das metas do PNE. Taxas
de atendimentos em creche e pré-escolas de 36,22% e 67,49, respectivamente, das
crianças com idades entre 0 e 3 anos e 4 e 5 anos de idade”. Vou parar aqui e
fazer uma observação, senhores. Em 2013, foi apontado, ao Governo Municipal, a
necessidade de abrir 9.723 vagas na pré-escola. Por quê? Porque os quatro e
cinco anos, a partir deste ano de 2016, seriam obrigatórios e havia, no Plano
Nacional de Educação anterior e na Emenda nº 59, uma determinação que, progressivamente,
fossem incorporadas as crianças de quatro e cinco. Porto Alegre, portanto,
estava avisada que deveria ter vaga para as crianças de quatro e cinco desde
2012. Em 2013, se repete e se diz que são 9.723 vagas na pré-escola.
(Aparte antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Não;
não é verdade. No início deste ano, as creches comunitárias da Restinga e da
região Leste tiveram que fechar – orientação da SMED – berçário para poder
abrir quatro e cinco, para dar conta dos quatro e cinco. Então, se não houvesse
um descuido do que estava apontado pelo Tribunal de Contas anteriormente, nós
talvez não tivéssemos que fechar vagas no zero a três, onde há um déficit muito
grande.
Presidente, está difícil, este plenário é
pequeno e o Ver. Bosco fica falando! Vem falar no microfone de apartes,
Vereador!
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon prossegue a sua
manifestação, a partir deste momento, em discussão do PDL nº 002/16, por
cedência de tempo do Ver. João Bosco Vaz.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Muito
obrigado. O Ver. Bosco tem isso, ele tem impulsos e depois reconhece, porque
ele tem críticas à gestão da minha época, que foi há 14 anos!
(Aparte antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Está
bem! Mas agora estamos avaliando três anos atrás. Obrigada, Ver. Bosco.
Então, eu quero dizer aos senhores e às senhoras
que, na verdade, esse trabalho, há três anos,
apontava o déficit de vagas, apontava que a Prefeitura precisava acelerar,
talvez a gente pudesse ter ajudado a pressionar e não tivéssemos chegado nesse
ponto em que chegamos agora. Faço essa observação, porque as crianças, na
época, de quatro e cinco, as 9 mil crianças ficaram fora da escola, e criança
de pré-escola que não frequenta as aulas tem muito mais insucesso escolar a
partir dos seis anos, a partir do momento da alfabetização, do letramento,
porque, para nós, alfabetização começa muito antes, começa com a construção do
símbolo, com o jogo, com o brinquedo, na pré-escola. Este ano, 2016, seria o ano
em que nenhuma criança de quatro a seis anos poderia não estar na escola, e a
sábia legislação federal tem essa leitura do processo de alfabetização, do
processo de desenvolvimento infantil, de que precisa estar na escola.
O Ver. Airto Ferronato é o relator deste
parecer. Quero parabenizá-lo porque não escondeu; reportou, inclusive; e o Ver.
Cecchim mencionou que ele era sério. Aqui diz (Lê.): “Em que pese não estar
estabelecido um percentual mínimo de aplicação em educação infantil, dos
recursos do Fundeb, não desonera o administrador de assegurar a prioridade dos
direitos da criança. Ademais o percentual de aplicação destes recursos, em
educação infantil, foi apenas de 1,31%, deixando de aplicar R$ 68.305.644,15
para esta finalidade.” O próprio Ver. Airto Ferronato, relator, escreve isso no
relatório. E nós, que participamos da Comcreches no ano passado, sabemos qual é
a consequência dessa não aplicação desses recursos na educação infantil. A
consequência é que 240 creches comunitárias se queixam desesperadamente do fato
de elas terem um convênio deficitário, que elas atendem com recursos parcos,
que elas mal cobrem o custo funcional. Então isso estava apontado em 2013. O
próprio Prefeito recebeu uma multa, e aqui está no relatório do Ver. Airto,
aprovado pela CEFOR. Conclui o Ministério Público nos seguintes termos (Lê.):
“Multa ao Senhor José Alberto Reus Fortunati, por infringência a normas
constitucionais e de controle dos orçamentos e balanços, com fundamento nos
artigos 67 da Lei Estadual nº 11.424/2000 e 136 do RITCE (Resolução
1.028/2015)”. Depois tem um parecer favorável à aprovação da conta e uma
recomendação ao administrador que corrija e evite a reincidência dos aportes
criticados nos autos bem como a verificação em futura auditoria.
Então, eu chamo a atenção para isso, senhores e
senhoras, porque nós aprovamos, no ano passado, a Emenda nº 09, emenda popular,
e os R$ 2,5 milhões não chegaram nunca nas creches comunitárias. E o ano já
está no oitavo mês, e nós já repetimos. A emenda popular foi aprovada,
colocamos no orçamento de 2016 mais R$ 2,5 milhões para a educação infantil e
não sabemos ainda que disposição tem o Governo, o Executivo, de dedicar esses
recursos para a educação infantil. Eu acho isso equivocado. Se o Tribunal de
Contas vem apontando isso desde 2012, 2013, será que não era possível priorizar
o orçamento para a educação infantil? Será que não era dever dos governos? Nós
aqui fizemos a nossa parte modesta, porque R$ 2,5 milhões é muito pouco diante
dos R$ 68 milhões apontados aqui pelo próprio relator. Mas nem isso chega no
convênio Creche Comunitária. A Câmara tem feito esforços dentro dos seus
limites, não dá para mexer muito na lei orçamentária. Semana que vem, o
Prefeito vem aqui entregar a nova LDO. Eu gostaria que nós nos remetêssemos à
Prefeitura para dizer que, por favor, coloque os R$ 2,5 milhões no convênio
Creche Comunitária, porque o déficit da educação infantil está aqui registrado
ano após ano nas contas do Município de Porto Alegre.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
discutir o PDL nº 002/16.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr.
Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, tenho alguns questionamentos que
são dirigidos ao colega relator, Ver. Airto Ferronato. Venho na linha que
iniciou o debate, trazido pelo Ver. Adeli Sell, sustentado pelo Ver. Clàudio
Janta e pela Sofia, no pedido de adiamento da votação desse projeto. Até mesmo
porque esse processo é grande e chegou o relato agora para a votação. Gostaria
que a TVCâmara mostrasse o processo que está sobre a Mesa. É bastante volumoso.
Para nós podermos ter o entendimento dos questionamentos trazidos aqui pelo
relator, precisamos buscar as informações necessárias.
Trago algumas questões que estão no relatório do
Ver. Airto Ferronato, as quais ele aponta como questões objetivas e pontuais. O
Ver. Airto Ferronato diz na sua conclusão, nos seguintes termos (Lê.): “Multa
ao Sr. José Alberto Reus Fortunati, por infringência às normas constitucionais
e de controle dos orçamentos e balanços, com fundamento nos artigos 67 da Lei
Estadual...” E outros artigos aqui citados. Se o Prefeito teve uma multa por
ter infringência a normas constitucionais, eu gostaria, no mínimo, de poder
analisar quais foram estas normas; e não simplesmente dizer. Além disso, Ver.
Ferronato, eu creio que há outra questão que seria importante vir no relatório,
se os apontamentos trazidos aqui, como este, se eles são recorrentes, ou se são
novos, porque eu lembro que no ano passado – e aqui com todo respeito ao
relatório do Ver. Airto Ferronato – nós fizemos o debate e tinha alguns
apontamentos do Tribunal. Bom, se são apontamentos que recorrem todos os anos,
eles merecem ter um olhar; se for um apontamento, primeiro, merece ter também um
olhar, mas com outra calibragem. E também diz aqui (Lê.): “Recomendar ao atual
Gestor que evite a ocorrência das inconformidades destacadas no Relatório e
Voto do Conselheiro-Relator e adote providências corretivas em relação àquelas
passíveis de regulação, a serem verificadas em futura auditoria”. Bom, aqui
fica um pouco etérea esta afirmação do relator Ferronato: “a serem verificadas
em futuras auditorias”. Mas se têm inconformidades, quais são elas? Por que
elas estão ocorrendo? São passíveis de serem corrigidas? Além do mais, como já
foi dito aqui pela Ver.ª Sofia, o Tribunal de Contas do Estado indica que aqui
na informação há a ausência de cumprimento de metas, entre elas, no Plano
Nacional de Educação, para educação infantil, na cidade de Porto Alegre.
Então, diante do relatório aqui apresentado
pelos colegas da CEFOR, através do Ver. Airto Ferronato, que é trazido neste
momento para análise, e como aqui neste relatório, que foi feito, acredito, um
amplo debate no seio da CEFOR, que nós possamos ter o tempo necessário para nos
debruçar em cima desses itens que dizem aqui: inconformidade, inconstitucional,
insuficiências, correções que a atual gestão tem que fazer, entre outras.
Então, nada mais, é um tempo para que possamos analisar e votar como sempre
votamos nesta Casa, quando está tudo correto, junto com os relatores. E
acreditamos, obviamente, que a justeza do relatório existe, mas a insuficiência
de informação para quem está recebendo e debatendo agora é inerente. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. CLÀUDIO
JANTA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Solicito ao 1º Secretário, Ver. Paulo Brum, que
proceda à chamada nominal para verificação de quórum, solicitada pelo Ver.
Clàudio Janta. (Pausa.) (Após a chamada nominal.) Há quórum.
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
discutir o PDL nº 002/16.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, senhoras e senhores, nós
estamos votando hoje o parecer da CEFOR que propõe a aprovação das contas da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, do Sr. Prefeito, relativas ao exercício,
ao ano de 2013. Eu acompanhei atentamente todas as manifestações e quero
cumprimentar todos que, de uma forma ou de outra, aqui se manifestaram. Isto a
cada ano se vota, aprovando ou rejeitando as contas do Prefeito Municipal.
Meu querido Ver. Cecchim, nós todos conhecemos –
e vamos registrar –, essencialmente nos anos atuais, o rigor com que o Tribunal
de Contas, Ver. Janta, olha, examina, audita as contas de cada Prefeitura do
Estado do Rio Grande do Sul. E nós sabemos que o Tribunal de Contas faz a
auditoria e apresenta, Ver. Dinho e Ver. Paulinho, um relatório preliminar.
Naquele relatório preliminar, aponta algumas falhas – e sempre vai apontar, em
todos os Municípios do Brasil, no governo estadual, federal e municipal – e
devolve ao Executivo. Este parecer prévio volta ao Executivo para o Executivo,
no caso o Prefeito, explicar o que aconteceu, justificar aquilo que foi
apontado, Ver. Comassetto, e, a partir desta justificativa apresentada pelo
Prefeito, volta o processo ao Tribunal de Contas, que emite o parecer final. E
o parecer final do Tribunal de Contas relativo às contas de 2013 é um parecer
que recomenda, que sugere e que, lá no Tribunal, aprova as contas do Prefeito.
Portanto, muitas das coisas que foram apontadas numa preliminar pelo Tribunal
de Contas, ele jamais faria um parecer recomendando a aprovação das contas, se
essas dúvidas não tivessem sido sanadas. As preocupações que os Vereadores, os
nobres Pares aqui tiveram são preocupações de todos, mas foram justificadas
pelo Prefeito e aprovadas pelo Tribunal de Contas. Estou aqui dizendo,
recomendando e pedindo que seja uma votação simbólica. Se o Tribunal de Contas,
no parecer final, propõe a aprovação das contas do Prefeito e de todo o
Executivo de Porto Alegre no ano de 2013, é porque houve um aprofundado debate,
estudo, perícia, auditoria.
Portanto, nós compreendemos que votar favorável a este
projeto significa votar favorável à posição do Tribunal de Contas, que, repito,
faz uma análise rigorosa. Não vejo nenhuma razão para que aqui, neste momento,
a Câmara pense de maneira diferente. Votemos com tranquilidade, já que há um
parecer pela aprovação, e este processo deve ser votado como se vota todos os
anos. Cada ano que estamos aqui, votamos aprovações de contas de anos
anteriores. Porto Alegre está encaminhada no sentido da aprovação, pois,
repito, o parecer do Tribunal é pela aprovação, e nós, Vereadores, com toda a
tranquilidade, votando favorável, estamos votando de acordo com o parecer do
Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul. Vamos votar favorável, um
abraço, obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Clàudio Janta, o PDL nº 002/16. (Pausa.) (Após a chamada nominal.) APROVADO por 18 votos SIM, 04 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.
O SR. ADELI SELL: Como havia
solicitado, passo a ler a Declaração de Voto. (Lê.): “Abstenho-me porque só
solicitei um documento prévio da Prefeitura Municipal de Porto Alegre”.
O SR. ENGº COMASSETTO: Como havia
solicitado, passo a ler a Declaração de Voto. (Lê.): “Votamos não; pois existe
um conjunto de apontamentos do relator: que evite a ocorrência das
inconformidades e aponta as irregularidades indicadas, que desvelam a
transgressão das normas constitucionais e controles de orçamento entre outras
prejudicando a Educação Infantil”. Como nós pedimos um tempo para analisar e
não foi possível isso, então, pelas insuficiências das informações, votamos
“não”.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Meu voto foi
contrário porque não precisava ter gastado um dinheirão com edital, podiam ter
consultado e disponibilizado as bancadas, e ter feito reunião fora do horário
das comissões e nós termos acesso a todo esse bloco que se viu aí. Foi somente por
isso.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Só uma informação. Nós temos o nosso Regimento, a nossa
legislação, que nós somos obrigados a cumprir.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às 16h29min): Está encerrada a Ordem do Dia.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 1393/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 131/16, de autoria do Ver. Adeli Sell, que
concede Título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Isabelino Garcia dos
Santos.
PROC.
Nº 1593/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 161/16, de autoria do Ver. Airto Ferronato, que
denomina Rua Padre Bartholomeo Tiecher o logradouro público cadastrado
conhecido como Rua Três Mil, Setecentos e Noventa e Um, localizado no Bairro
Sarandi.
PROC.
Nº 1664/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 168/16, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que
inclui a efeméride Semana Municipal de Conscientização e de Prevenção ao Câncer
do Colo do Útero no Anexo da Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010 – Calendário
de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto Alegre –, e
alterações posteriores, na semana que incluir o dia 13 de maio.
PROC.
Nº 1866/16 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 020/16, que declara de utilidade pública a
Entidade Centro Assistencial Paz – CAPAZ.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 0914/12 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 008/12, de autoria do Ver. Engº Comassetto, que
altera o inc. IX do art. 70 da Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973
– que institui e disciplina os tributos de competência do Município –, e
alterações posteriores, incluindo no rol de isentos do pagamento do Imposto
Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana as pessoas portadoras de
ataxia dominante.
PROC.
Nº 1028/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 096/16, de autoria do Ver. Engº Comassetto, que
obriga as instituições bancárias públicas ou privadas e as cooperativas de
crédito localizadas no Município de Porto Alegre a contratar vigilância armada
para atuar 24h (vinte e quatro horas) por dia, inclusive em finais de semana e
feriados, e dá outras providências.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY: Sr.
Presidente, quero aproveitar esta oportunidade para fazer um registro: hoje é
Dia do Advogado, quero cumprimentar meus colegas advogados que nos assistem.
Hoje também é Dia do Garçom. Tramita nesta Casa, inclusive eu priorizei, hoje
de manhã, na reunião de Líderes, a Semana do Garçom, nossa homenagem a esses
profissionais que labutam no dia a dia dos nossos restaurantes.
Eu queria falar um pouquinho aqui do PLL nº
096/16, de autoria do Ver. Comassetto, que tramita em 2ª Sessão, que obriga as
instituições bancárias públicas ou privadas e as cooperativas de crédito
localizadas no Município de Porto Alegre a contratar vigilância armada para
atuar 24 horas por dia, inclusive em finais de semana e feriados, e dá outras
providências. Eu quero dizer que, há dez anos, fiz um projeto de lei nesta Casa
que reduziu as filas de banco para 15 minutos em Porto Alegre, acho que foi um
avanço importante, e nesse setor bancário sabemos o quanto é necessário e
relevante projetos que disciplinem e orientem, em nível municipal, questões que
digam respeito também à segurança dos usuários do serviço bancário. Eu quero
dizer que, com relação ao nosso projeto de lei, o sistema financeiro foi até as
últimas instâncias do Judiciário tentando derrubar a obrigatoriedade de atender
as pessoas, em Porto Alegre, em 15 minutos. E quem não se lembra aqui, Ver.
Mauro Zacher, que nós pegávamos a fila do banco ao meio-dia, muitas vezes,
saíamos depois das 14h. As pessoas perdiam todo o horário de almoço para
esperar a oportunidade e a vez de serem atendidas nos bancos. Em que pese a
evolução da Internet, os serviços de autoatendimento e tudo de inovação
tecnológica que hoje a Internet, através dos celulares, dos tablets, dos computadores, tem
proporcionado para agilizar o autoatendimento, ainda assim muitas pessoas
necessitam se deslocar ao estabelecimento bancário para determinadas operações.
Eu acho que nada mais justo que as pessoas possam ter segurança quando ali
estão, no dia a dia dos seus afazeres, tendo que se socorrer das formalidades
bancárias muitas vezes para pagar uma conta, enfim, e são surpreendidas por um
assalto, como quando vemos os ladrões explodindo caixas de autoatendimento.
Ainda carecemos muito de uma política pública voltada e prioritária para
questões de segurança, especialmente no que diz respeito a quem ainda necessita
acessar às agencias bancárias em Porto Alegre.
Então, quero cumprimentar V. Exa. e também o
Ver. Dr. Goulart, que inclui a Semana Municipal de Conscientização e Prevenção
ao Câncer do Colo do Útero, no Calendário das Datas Comemorativas e de
Conscientização do Município de Porto Alegre. Obviamente é algo muito
identificado com o mandato do Vereador, que é médico ginecologista, mas quem na
família não tem uma mãe, uma tia, uma prima, alguém que teve que fazer a retirada
do útero ou de um ovário? Enfim, sabemos o quão é necessário e importante que
tenhamos, dentro do calendário oficial do Município, essa conquista, em se
acenda a luz amarela ou a luz vermelha, porque, às vezes, a pessoa está ligada
no automático do cotidiano dos seus afazeres, das suas atribuições, como
esposa, como mãe, como avó, como tia, como trabalhadora, e descuida da saúde.
Então, é bom que, às vezes, nós possamos ter também essas iniciativas dos
médicos aqui da Casa que lembram, relembram e ressaltam a importância dos
cuidados que temos que ter com a saúde. Às vezes, nós mesmos não tomamos os
devidos cuidados com a alimentação, ou fazer algum tipo de exercício físico,
Ver. João Bosco Vaz, que foi Secretário do Esporte e sabe quão relevante e importante
é que façamos exercícios físicos para cuidar da nossa saúde.
Então, fica aqui também essa nossa consideração
com relação a esses dois projetos de lei que hoje tramitam na Pauta: PLL nº
168/16, de autoria do Ver. Dr. Goulart, com relação à prevenção ao câncer de
colo do útero; e PLL nº 096/16, de autoria do Ver. Engº Comassetto, que pede
vigilância armada nos bancos da nossa Capital. Pela atenção, muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ENGº
COMASSETTO:
Sr. Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, quero aqui agradecer ao Ver.
Márcio Bins Ely por trazer o tema ao debate do projeto que apresentamos. O tema
da segurança, Ver. Márcio, é muito importante para todos nós. E sei que o
senhor é um defensor que o Município tenha uma responsabilidade nessa temática.
E nós temos tido, em Porto Alegre e em todo o Rio Grande do Sul, vários
atentados graves, entre eles, as explosões dos postos bancários. Bom, o que
acontece, Ver. Cassio Trogildo, é que esses postos bancários não têm um serviço
de vigilância presencial que possa transmitir uma segurança aos usuários, bem
como, uma segurança estrutural de onde eles se situam. E, neste momento, nós
temos todo um diálogo com os vigilantes do Estado do Rio Grande do Sul, e esta
é uma campanha estadual que poderá gerar, nada mais, nada menos, do que em
torno de 20 mil empregos na área da segurança, para que esses vigilantes que
são contratados, hoje, pelas empresas bancárias, possam prestar vigilância 24
horas por dia nos postos de atendimento bancários, ou seja, nas caixas
eletrônicas dos bancos. Aqui não se refere ao caixa eletrônico que está lá no
posto de gasolina, porque nesse local, por exemplo, já tem toda uma estrutura
funcional, tem movimento, tem a vigilância do posto que dá uma proteção. Então,
nós estamos apresentando este tema para o debate e gostaríamos muito que os
colegas Vereadores e Vereadoras pudessem contribuir e que pudéssemos, junto com
o tema, Ver. Cassio Trogildo – que o senhor propôs o debate no Casa, para a
cidade de Porto Alegre e sua relação com o Rio Grande do Sul –, vermos o que
podemos fazer incidir no tema da vigilância. Então, esta é uma proposta
simples, mas têm sido recorrentes as explosões. Muitas vezes, as cargas das
explosões colocam em risco o prédio onde o posto bancário está instalado,
porque, com as explosões, no momento em que destroem uma coluna, pode vir
abaixo toda a estrutura predial. Bom, propomos uma segurança no sentido de
ajudar a população que utiliza os postos bancários, de proteger a própria
estrutura física e ajudar, inclusive, os bancos. É claro que um projeto como
este tem um conjunto de responsabilidades, o nosso objetivo aqui é propor e
constituir leis. Depois o Executivo e nós fiscalizamos essas leis; e, quanto às
estruturas dos bancos, bom, é montar a infraestrutura necessária para que isso
possa ocorrer de forma efetiva, de forma concreta. Então, esse projeto tem a
pretensão de contribuir com a segurança pública municipal.
Por último, há outro projeto de nossa autoria
pelo qual propomos que as pessoas portadoras de ataxia dominante – e esta
Câmara reconheceu o Dia Municipal da Ataxia Dominante –, de famílias que não
possuem renda ou que têm aquela classificação social de até três salários
mínimos, possam ter isenção do tributo municipal. A ataxia dominante é uma
doença que retira a mobilidade das pessoas, elas ficam somente com o cérebro
funcionando e vão a óbito. É uma doença que envolve todas as famílias, e as
famílias de baixa renda ou sem recursos financeiros acabam carecendo de
recursos para o pagamento muitas vezes do Imposto Predial Territorial de
imóveis que recebem de herança e de onde residem. Nesse sentido, estamos
apresentando esse segundo projeto para que, nesta Legislatura, ainda possamos
aprová-lo. Muito obrigado, agradeço a todos os colegas Vereadores e Vereadoras.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Ver.
Comassetto, pelas informações complementares. Presidente, vou ser muito breve.
Já comentei os projetos que o Vereador propõe sobre o tema da segurança nas
instituições bancárias. Acho fundamental que nós possamos nos debruçar nesse e
noutros aspectos da segurança pública na nossa Cidade. Estamos vivendo um
momento dramático nas ruas da nossa Cidade, nas escolas, nos bancos, nas
sinaleiras. Não há mais lugar onde a gente possa andar tranquilo e seguro.
Sabemos que esse tema não tem resposta fácil, mas a ausência de uma ação de
articulação e presença em investimento da Brigada Militar é o detonador disso.
O tema da droga é organizador da violência sistêmica na cidade de Porto Alegre.
Não é possível que não encontremos uma forma de, no mínimo, atenuar isso. Há um
financiamento desse sistema – todos que estão na Brigada Militar falam nas
entrevistas – por quem consome. É verdade; agora, não venham dizer que a
solução é reprimir os consumidores. Nós, na verdade, temos que construir
alternativas para que as pessoas optem por outro caminho. A droga existe desde
que a humanidade se reconhece sobre a Terra, com o uso da folha da coca, o uso
de chás, de alucinógenos, isso é algo que convive com a experiência humana. O
que nós não podemos é continuar com um sistema paralelo, com regras paralelas,
com pena de morte, com pena de violência. Porque a droga amplia os negócios
para roubo de carro, para assalto, tem exércitos de jovens colocados nas ruas,
onde esses negócios são organizados, seja no território ou dentro dos
presídios, e nós temos que ter ação inteligente e articulada dos órgãos de
segurança.
Claro que aqui só falar nisso é mostrar um equívoco de não
pensar que a política pública precisa funcionar para alternativas com a juventude.
Esta semana, na Semana da Inclusão Escolar, tivemos, ontem à noite, um debate
maravilhoso sobre o tema da aprendizagem, sobre as alternativas para a
juventude com deficiência, e isso é uma alternativa para a juventude de forma
geral. O problema todo é que políticas públicas, para se manterem na periferia,
onde o jovem está, precisa da segurança. Os postos de saúde, os nossos
funcionários vivem em pânico, os nossos professores e funcionários das escolas,
em susto, então é um círculo vicioso: se a segurança não acontece, a política
pública se degrada, se deteriora. E nós, como Casa, e hoje de manhã apresentei
ao Presidente Cassio, novamente, que a nossa Câmara organize os pedidos e
indicações que fez, com as nuances que têm, dos vários Vereadores, e que
possamos fazer reunião com o Governador e com o Prefeito da Cidade, fazendo as
sugestões que a Casa já acumulou. Outras estão em processo, como estas do Ver.
Engº Comassetto, como a nossa, de segurança no evento, que quero ver se votamos
na semana que vem, mas o que nós indicamos é porque os Vereadores e Vereadoras
têm sido cobrados, sim, nas suas comunidades, nas ruas da Cidade, sobre o tema
segurança. E a última pesquisa que saiu, todos já viram, está na Internet, nas
redes sociais, a população inteira coloca segurança em primeiro lugar, como
tema central a ser enfrentado. Não dá para dizer que nós não temos nada a ver
com isso, ao contrário, temos muito a ver com isso, a cidade de Porto Alegre
precisa enfrentar a segurança também com proatividade enquanto Cidade, enquanto
Prefeito, Vice-Prefeito e Câmara. Somos o segundo Poder nesta Cidade e medidas
emergentes e urgentes, ajustes e integrações são necessárias e devemos insistir
nelas. Muito obrigada, Sr. Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Estão encerrados os trabalhos da
presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 16h46min.)
* * * * *